“Reduzir desigualdades é compromisso da Prefeitura de Goiânia”, afirma Prefeito em lançamento da pedra fundamental da sede do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado ONG, que trabalha há 31 anos em defesa da igualdade racial, com foco no empoderamento e sustentabilidade das mulheres, será instalada no Residencial Santa Fé. Rogério Cruz destaca importância do trabalho social desenvolvido pelo terceiro setor.
Secretaria Municipal de Comunicação - SECOM
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(Foto: Jackson Rodrigues)
O prefeito Rogério Cruz, participou, nesta quinta-feira (05/05), do lançamento da pedra fundamental da nova sede do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado, no Residencial Santa Fé. Ao se dirigir às representantes da ONG, que trabalha há 31 anos em defesa da igualdade racial, com foco no empoderamento e sustentabilidade das mulheres, ele disse que “reduzir desigualdades é compromisso da Prefeitura de Goiânia”.
“Temos trabalhado na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, sem distinção entre branco, negro, pobre ou rico. Queremos acolhimento e geração de oportunidades”, afirmou o prefeito.
Ao comentar o trabalho desenvolvido pela instituição, Rogério Cruz lembrou o período em que viveu na África como missionário, e ressaltou o impacto positivo que ações sociais têm na sociedade.
“Na África, nós observamos a importância dos trabalhos sociais para mudar para melhor a realidade dos que mais precisam. Por isso, nesta gestão, ampliamos e criamos novos programas solidários”, pontuou.
A secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Tatiana Lemos, ressaltou “que foi preciso que Goiânia tivesse um prefeito negro para que o projeto da sede da Dandara saísse do papel”. “Tenho orgulho de fazer parte dessa gestão que cuida das mulheres na prática. A primeira-dama é a madrinha desse projeto muito importante, que serve de inspiração para todos nós”, afirmou.
O projeto da sede foi realizado pelo Instituto de Arquitetura Conforto, ligado à Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). O sócio e fundador do instituto, Leônidas Albano, afirmou que abraçou o projeto porque a instituição busca apoiar ações de sustentabilidade. “É um programa que não beneficia apenas a nossa geração, mas que vai perdurar para as próximas. É um projeto que permanece. São pessoas que não entregam apenas o suor, mas o coração, a alma, se doam por completo”, afirmou.
Construído em formato de U, o espaço terá auditório com área reservada para eventos, hospedagem, formação e capacitação para mulheres negras.
Anadir Cezario de Oliveira, de 57 anos, é assistente social e coordenadora administrativa e financeira da Dandara. Ela relata que o sonho da sede é uma luta de 31 anos que se torna realidade com o prefeito Rogério Cruz. “Muitas já morreram e nós não desistimos. É um instrumento que vai ajudar a comunidade. O prefeito está investindo muito no social e na sustentabilidade das mulheres, porque a mulher precisa de renda para acabar com a violência”, avalia.
O Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado está em atividade desde 1991, mas obteve o registro em 2002. A ONG trabalha em defesa da igualdade racial com foco na mulher, buscando a independência financeira e sustentabilidade como forma de enfrentar a violência e o racismo. A entidade também atua na construção de políticas públicas que visem melhoria da qualidade de vida das mulheres negras e de seus familiares.
Empoderamento A bióloga Marta Zesaria de Oliveira, de 66 anos, é uma das sócias-fundadoras da ONG e pioneira na luta por um terreno para a construção de uma sede. Ela explica o impacto do racismo na vida da mulher no país.
“O Brasil precisa discutir a questão da igualdade racial. Se a situação das mulheres já é difícil, imagina da mulher negra. Por mais que ascenda socialmente, ela sempre ocupa lugares com menos acesso. Posso ser uma doutora, mas se eu sou negra, a minha pele já me coloca na base da pirâmide social. Isso é ser mulher negra nesse país”, observou.
A advogada Deuzilia Pereira da Cruz, de 45 anos, é coordenadora geral da ONG, e uma das beneficiárias do projeto. Ela é quilombola, natural de Cavalcante, e recebeu abrigo na antiga da sede da entidade quando se mudou para Goiânia. “Fui morar dentro da sede da Dandara para fazer faculdade. Essa é a importância da Dandara na vida de uma pessoa simples e pobre que veio do interior para a capital. Me acolheram para me dar essa base e fazer o curso superior”, disse.