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Brasil

Publicada em 26/01/23 às 12:47h
Operação Fim do Mundo combate lavagem de dinheiro do tráfico
PF e MPRJ já prenderam dez pessoas em três estados

Cristina Indio do Brasil e Pedro Peduzzi – repórteres da Agência Brasil

 (Foto: © Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro)

Pelo menos dez pessoas foram presas nas primeiras horas de hoje (26), no âmbito da Operação Fim de Mundo, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). O objetivo é combater a lavagem de dinheiro oriunda o tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro.

As prisões ocorreram no Rio de Janeiro (4), em Santa Catarina (4) e São Paulo (2), onde cerca de 100 policiais federais estão cumprindo 18 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão.

Além dos mandados, a operação foi responsável pelo sequestro de 15 imóveis, 19 automóveis e duas embarcações, nos municípios de Mangaratiba e Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro; em Balneário Camboriú (SC); e em Foz do Iguaçu (PR). Também foram bloqueadas mais de 32 contas bancárias. De acordo com a PF, no total, a penhora dos bens somou mais de R$ 22 milhões de reais.

Dinheiro apreendido na residência de um dos alvos, no Balneário Camboriú.
Dinheiro apreendido na residência de um dos alvos, em Balneário Camboriú - Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

Criminosos

São alvos das investigações três grupos criminosos que teriam movimentado mais de R$ 100 milhões nos últimos três anos. Segundo a PF, a investigação começou em maio de 2020, com o propósito de combater o tráfico de drogas e a lavagem de capitais de uma organização criminosa no Rio de Janeiro.

“No decorrer dos atos investigatórios, foram identificados três grupos oriundos da mesma facção criminosa, que buscavam dar aparência lícita a dinheiro obtido por meio de atividades ilegais”, detalhou a PF, em nota.

Um deles era chefiado por dois irmãos, encarregados por levar armas e drogas a comunidades cariocas. O lucro obtido por esse primeiro grupo era aplicado, com a ajuda de um casal de corretores, em imóveis de alto padrão, no município catarinense de Balneário Camboriú

“Dentre os denunciados, estão a mãe, as esposas e as irmãs dos líderes da organização criminosa, que gozavam de uma vida de luxo no município e movimentavam valores exorbitantes em suas contas bancárias”, informou a PF.

Policial Federal recolhe material em imóvel sequestrado no Balneário Camboriú.
PF recolhe material em imóvel sequestrado em  Balneário Camboriú - Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro

O segundo grupo era responsável pela inserção de drogas no Rio de Janeiro e Belo Horizonte. De acordo com os investigadores, esse grupo usava os lucros oriundos do tráfico de drogas para adquirir automóveis de luxo e imóveis em condomínios de alto poder aquisitivo.

Alguns dos imóveis adquiridos estão localizados em Angra dos Reis, Mangaratiba e Recreio dos Bandeirantes (foto) – todos já foram sequestrados por ordem judicial.

Nota do Ministério Público, que investiga o caso desde 2019, destaca as ações de tráfico do grupo: "A investigação verificou que um dos pontos de descarga das drogas e armamentos ilegais era a Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa), utilizada por traficantes devido à proximidade com a Comunidade de Acari".

“O terceiro grupo criminoso, também atuante no tráfico de entorpecentes, valia-se de empresas inexistentes ou existentes, mas com baixa atividade lucrativa, para ocultar a origem do dinheiro obtido”, detalhou a PF.

A operação decorre de mandados expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do TJRJ. Até o momento foram sequestrados 15 imóveis; 19 automóveis e duas embarcações, e foram bloqueadas mais de R$ 22 milhões em 30 contas bancárias.

Penas

Entre os crimes imputados pelo Gaeco/MPRJ aos denunciados estão o de associação criminosa e associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de capitais, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.




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