(Foto: Wildes Barbosa)
O
ex-governador de Goiás José Eliton disse, em depoimento
à Polícia Federal, que usou o avião de Carlos Eduardo Pereira da
Costa em 2016 "sem contrato e os pagamentos não [foram] formalizados”.
Conforme a declaração do político, os usos do avião King Air foram “para fins
partidários”, já que o partido ao qual ele pertence, PSDB, tinha a intenção de
locar o avião, o que acabou não ocorrendo.
Carlos Eduardo
Pereira da Costa é um dos investigados e chegou a ser preso na Operação
Decantação 2, conseguindo a liberdade
dias depois. Ele foi apontado como sócio da Sanefer, uma empresa que
teria recebido altas quantias de forma indevida da Companhia de Saneamento de
Goiás (Saneago).
Na época, a
defesa dele disse que a soltura do cliente só demonstrava a ilegalidade da
prisão.
O G1 entrou
em contato com o PSDB por e-mail, já que as ligações feitas às 18h ao diretório
do partido em Goiânia não foram atendidas, e aguarda posicionamento.
A assessoria
do político informou que ele "não quer mais se pronunciar por agora".
Também durante o depoimento, colhido na sexta-feira (29), José Eliton disse ter
usado a aeronave eventualmente “de forma graciosa (carona)”. Na mesma data, o
político fez uma declaração à imprensa, quando repetiu a última informação e
disse ainda que todos os
voos que fez durante campanha política foram legais.
Também nesta
declaração à imprensa, José Eliton disse que foi ele próprio quem procurou a
Polícia Federal para prestar os esclarecimentos acerca da investigação.
A Saneago
informou, em nota, que "a atual gestão da empresa tem priorizado a
implantação das melhores práticas de governança, para garantir a lisura em
todos os processos da companhia, como a criação da Superintendência de
Governança". A Saneago completou que "permanece prestando toda a
colaboração necessária às investigações".
Investigação
As
investigações constaram que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas
em contratos com a Saneago, mesmo com "impedimentos fiscais e não sendo
especialistas na prestação dos serviços demandados, o que indica direcionamento
de licitação".
De acordo
com a Polícia Federal, empresários, dirigentes e agentes públicos são
investigados pelos desvios. As buscas foram feitas, conforme a polícia, em
endereços de investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida
de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.